I.
na curva dos dias o rio
estendeu suas margens forjou
devagar seu leito
de areia e sombras
moveu encostas carregou
pedras contornou
a montanha sem jamais
afrontá la
solos arruinados enseadas
aterradas sobre
as pontes a brutalidade
dos homens
e o rio das minhas lembranças
engoliu a cidade
e suas imundícies
num dia de chuva
II.
sob as janelas
sinuosas rios e córregos penetram
na noite
casas pequenas espiam
as margens abrigos
mornos nas perdidas
distâncias
homens e mulheres aninham se
na sombra perene
da montanha
mineral
que se estende inteira
no horizonte
III.
rasgadas na poeira ruas
e avenidas sufocam
rios e córregos
casas trepam nos morros
vales se entopem de
lixo esquinas
abandonadas
a montanha exportada
em pedaços um horizonte
inteiro desfigurado
furiosa a chuva continua
engolindo a cidade
Adair Carvalhais Júnior
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2 comentários:
Conheci sua poesia, no poesia net, é gostei muito então estou aqui no teu blog e gostei mais
Que bom né Ediney. Espero que continue gostando.
Gde abraço
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