segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

biografia XXXVIII - lar

o mar se movimenta
todo dentro
de mim toma meu
corpo alaga se nos
meus
vãos

acorda as velhas
amoreiras os cabelos
brancos de meus
avós as vozes
dos meninos nos
quintais

o rio dorme inteiro
nas minhas
planícies escorrega entre
meus dedos inunda

calmamente minhas
solidões

encontra o cheiro
morno das manhãs
de sol as pedras
esquecidas o
barro nos pés
descalços

mas não deságua

no mar


Adair Carvalhais Júnior

4 comentários:

Em@ disse...

o mar toma o caminho
das minhas veias
depois do rio
ter desaguado
dentro de mim

regam-se cheiros
sabores e cores

antigas e novas

que preenchem o vazio
da folha branca
transformada
num barco de papel

a apanhar banhos de sol
no parapeito da janela.

Em@

Adair Carvalhais Júnior disse...

que belo poema, Ema.

Obrigado por deixá-lo ao lado do meu "lar"

Em@ disse...

Foi escrito aqui depois de ler o seu e aqui ficou ( e muito bem). Ainda bem que gostou!Obrigada.
Já o postei no meu blog (sozinho porque naõ postaria o seu sem a sua permissão).

Gostaria de lhe propor um exercício conjunto.
Aceita? Já o fiz com outros poetas. Um poema a 2 mãos ou no género deste (de hoje).
:))

Adair Carvalhais Júnior disse...

Fico muito honrado, Ema.
Pode postar no seu blog: o prazer será meu.

Um exercício ? Como ?

Escreva para cezane19@gmail.com

abç