um cheiro vermelho
nos pés e goiabas
apodrecendo no
quintal ainda
doce
o rio
atravessando a
janela e muitas
crianças
na rua
a poeira da
estrada nos
olhos de meu
pai minha
pequena solidão
o calor das paredes
remotas desarranjando
meus cabelos
brancos minha
frívola vaidade
a cidade enorme onde
procuro as
castanheiras
debruçadas nos
muros
longínquos
Adair Carvalhais Júnior
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2 comentários:
Gostei muuuuuito.
Sabe que fiquei com o cheiro das goiaba entranhado no nariz??? Eu sou Angolana e vim para Portugal em 1975 por causa da guerra civil. Aqui já se vão arranjando goiabas, mas não tenho uma goiabeira no quintal...
Tem uma declaração no meu blog. :)
Um abraço.
Fico feliz que tenha gostado, Ema. Eu tenho cheiro de goiaba na minha memória inteira - mas quem me dera ter pelo menos uma goiabeira.
Muito obrigado pela gentileza de seu comentário.
grande abraço
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